Comunicado: Monumental “Celestino Graça”

Entre o património da Santa Casa da Misericórdia de Santarém tem natural destaque, pela sua dimensão e visibilidade, a Monumental “Celestino Graça”.

A sua construção, representou um importante investimento da Santa Casa, contou com a participação empenhada de diversos mecenas e de muitas pessoas anónimas que, com as suas ofertas e o seu trabalho, contribuíram para que, em menos de 6 meses, entre Janeiro e Junho de 1964, se construísse na capital do Ribatejo, a maior Praça de Toiros de Portugal.

Esta construção teve dois objetivos fundamentais: um deles, criar um espaço de dimensão e condições superiores para a vivência de uma das paixões do povo português e, muito em especial, do povo ribatejano: a tauromaquia; e outro, a criação de uma fonte de receita adicional que contribuísse para que esta Santa Casa continuasse a levar a cabo as Obras de Misericórdia para as quais foi criada.

Cabe, ao conjunto de Irmãos que vai compondo cada Mesa Administrativa, cuidar do património da Santa Casa e cuidar também de garantir as condições para o melhor funcionamento desta Instituição.

Embora a Monumental “Celestino Graça” seja um enorme orgulho para a Santa Casa da Misericórdia de Santarém, tal como diz a placa que se mandou colocar no átrio do setor 1 aquando do Cinquentenário da Praça, não se pode escamotear que a sua manutenção representa um grande e dispendioso desafio, potenciado pela dimensão do espaço e pelo passar dos anos, que têm vindo a tornar obsoletas algumas partes do imóvel, como são as instalações elétricas ou a iluminação, só para dar dois exemplos.

Terão sido estas dificuldades de manutenção, aliadas, talvez, a um contrato demasiado permissivo, que levaram a que no final de 2018 a Monumental “Celestino Graça” estivesse no ponto mais baixo da sua história, com quase nenhuma utilização e num estado de degradação que começava a ser preocupante.

Felizmente surgiu nessa altura a Associação Praça Maior a quem a anterior Mesa Administrativa decidiu, e bem, arrendar a “Celestino Graça”, tendo esta Associação realizado um trabalho que ficou à vista de todos e que foi reconhecido publicamente pela Santa Casa da Misericórdia de Santarém que lhe atribui louvores públicos em duas ocasiões.

A Associação Praça Maior decidiu, por sua iniciativa, não renovar o contrato de exploração da Praça e assim abriu-se a necessidade de pensar o que fazer.

Durante esta reflexão, ouviram-se diversos players do mercado tauromáquico e foram recebidas algumas propostas, inclusivamente a de um grupo de Irmãos desta Santa Casa que se propuseram, desinteressadamente, a gerir os espetáculos tauromáquicos na “Celestino Graça”, consolidando, de certa forma, o trabalho feito pela Associação Praça Maior.

Embora a Monumental “Celestino Graça” esteja novamente no seu lugar e fosse até possível levá-la a Concurso, entendeu a Mesa Administrativa que este processo de consolidação de uma posição de destaque, realizado por uma entidade autónoma, mas 100% constituída por Irmãos, era o que melhor servia os interesses da “Celestino Graça” e da própria Santa Casa.  

Assim, decidiu a Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Santarém, realizar um Protocolo de Parceria com esta Associação de 9 Irmãos da Santa Casa, a Associação Sector 9, para a gestão dos espetáculos tauromáquicos na Monumental “Celestino Graça”.

É claro que, nunca deixando de ser um orgulho, a Monumental “Celestino Graça” não pode, no entanto, tornar-se uma fonte de prejuízos, em lugar de ser a fonte de receita com que foi sonhada. Tal significa que esta parceria com a “Associação Sector 9” não deixará de ser exigente, quer para estes Irmãos, quer para a própria Mesa Administrativa que não se pode eximir de continuar a procurar e estruturar estratégias de forma a que a Monumental “Celestino Graça” possa gerar receitas adicionais que vão para além da própria tauromaquia.

Agradecemos assim à “Associação Sector 9” a disponibilidade manifestada e a proposta apresentada, e desejamos os melhores sucessos, para o bem da Monumental “Celestino Graça” e da própria Santa Casa da Misericórdia de Santarém.