Seis concertos, uma Missa e seis mini-recitais aconteceram em seis órgãos históricos, instalados na cidade de Santarém: Igreja da Misericórdia, Igreja de S. Nicolau, Igreja de Nossa Senhora de Marvila, Catedral de Santarém, Igreja de Nossa Senhora da Piedade e Igreja de Santa Maria da Alcáçova.
Um feliz (re)encontro entre património cultural.
Juntamos aqui as palavras do Padre Joaquim Augusto Nunes, Ganhão Presidente do Conselho de Parceiros dos OHS e de Margarida Oliveira,
Diretora Artística do FÓS:
“Património Religioso e encontro de patrimónios”
Em boa hora a Câmara Municipal de Santarém, juntamente com a Diocese e a Santa Casa da Misericórdia se lançaram na aventura do restauro de algumas “joias escondidas” do nosso comum património histórico, artístico e espiritual: os sete órgãos das Igrejas da cidade. Empresa de avultado investimento a que as comunidades cristãs responderam com generoso empenho para que todos pudéssemos cumprir os compromissos.
A presença de tantos instrumentos na nossa cidade atesta um passado de intensa atividade artística e de profunda vida espiritual das comunidades Escalabitanas. A Diocese de Santarém, que abraçou o projeto desde a primeira hora, continua a acompanhar o seu desenvolvimento e a fazer o que está ao seu alcance para que toda a comunidade possa fruir convenientemente deste património que, sendo pertença da Igreja, com gosto se coloca ao serviço de todos. Neste sentido, temos procurado promover e incentivar o seu uso cuidado, não descurando a finalidade primeira: o serviço do culto divino.
Todos os domingos do ano se podem escutar os órgãos da Catedral na celebração da liturgia. A tentação de pensarmos estes instrumentos como algo do passado seria a melhor e mais eficaz certidão de óbito dos mesmos. Precisamos de os conhecer melhor, para deles tirarmos tudo aquilo que nos podem oferecer. Para isso torna-se urgente despertarmos para passos novos no ensino e cultivo de uma cultura musical que passe pelo Órgão de Tubos e pela Música Sacra.
Os órgãos são nossos “concidadãos” e precisamos de viver com eles, trata-los com aquela estima e delicadeza que devemos a todos aqueles que elevam a nossa vida para valores nobres e belos. No âmbito da vida da Igreja, eles são servidores de glória de Deus: a linguagem do órgão de tubos proclama a glória de Deus. Uma proclamação que nos convida a contemplar a majestade e a omnipotência do Criador e, ao mesmo tempo, a proximidade, compaixão e misericórdia do Seu rosto.
São também um convite a acolhermos a Sabedoria do alto. A fabricação e o restauro dos órgãos requerem uma técnica especializada e delicada. Da mesma forma, o acompanhamento da liturgia e a execução de concertos musicais é fruto de muita dedicação, competência, arte e bom gosto.
Na caixa de um dos órgãos, encontramos a inscrição: “Praeludium vitae aeternae” – prelúdio da vida eterna. O órgão destina-se sobretudo ao louvor de Deus. Para os crentes, a liturgia e a música que nela somos convidados a cantar e a escutar é, antecipação no tempo, da eternidade prometida. Diz-nos que o Homem tem futuro e que crise alguma nos poderá impedir de caminhar para a eterna beleza.
O Festival de Órgão de Santarém, que aqui apresentamos, manifesta o compromisso de três entidades em oferecer à cidade, à região e ao país, um programa diversificado que conduzirá os participantes a uma fruição do belo, no que à música diz respeito, mas também ao encontro com o que de melhor Santarém tem para oferecer: o seu património cultural e religioso que, nas diversas expressões da arte, presente nas nossas igrejas e monumentos, se conjuga num uníssono harmonioso e feliz.
“Religious Heritage and meeting of heritages”
In good time, the Santarém City Council together with the Diocese and Santa Casa da Misericórdia (Holy House of Mercy) set out on the adventure of restoring some of our “hidden jewels” of our common historical, artistic and spiritual heritage: the seven organs of the Churches of the city. Undertaking of huge investment that the Christian communities responded with a generous commitment so that all of us could accomplish the commitments.
The presence of so many instruments in our city attests to a past of intense artistic activity and deep spiritual life of the communities escalabitanas. The Diocese of Santarém, which embraced the project from the first hour, continues to monitor its development and do what is within its reach so that the whole community can conveniently enjoy this heritage that, being a possession of the Church, with pleasure is set to the service of all. In this sense, we have sought to promote and encourage its careful use, not neglecting the primary purpose: the service of divine worship. Every Sunday of the year, you can listen to the organs of the Cathedral in the liturgy celebration.
The temptation to think these instruments as something of the past would be the best and most effective death certificate of them.
We need to know them better, to extract from them all that they can offer us. For this, it is urgent to awaken to new steps in teaching and cultivating a musical culture that passes through the pipe organ and sacred music.
The organs are our “fellow citizens” and we need to live with them, treat them with that esteem and delicacy that we owe to all those who elevate our lives to noble and beautiful values. Within the life of the Church, they are servants of God’s glory: the language of the pipe organ proclaims the glory of God. A proclamation that invites us to contemplate the majesty and omnipotence of the Creator and, at the same time, the closeness, compassion and mercy of His face.
They are also an invitation to receive Wisdom from the above. The manufacture and restoration of organs require a specialized and delicate technique. In the same way, the accompaniment of the liturgy and the execution of musical concerts is the result of a lot of dedication, competence, art and good taste.
In the box of one of the organs, we find the inscription: “Praeludium vitae aeternae” – prelude to eternal life. The body is above all to the praise of God. For believers, the liturgy and the music, which invites us to sing and to listen to, are, in anticipation of time, the promised eternity. It tells us that Man has a future and that no crisis can prevent us from walking to eternal beauty.
The Organ Festival of Santarém, which we present here, shows the commitment of three entities to offer the city, region and country, a diversified programme to all its participants. A programme that will lead participants to enjoy the beautiful, as far as music is concerned, but also to meet the best Santarém has to offer: its cultural and religious heritage which, in the various expressions of art present in our churches and monuments, is combined in harmonious and happy unison.
Padre Joaquim Augusto Nunes Ganhão,
Presidente do Conselho de Parceiros dos OHS
President of the Council of Partners of the OHS
É com grande alegria e entusiasmo que vos dou as boas vindas ao I Festival de Órgão de Santarém (FÓS).
São seis dias de (re)encontros entre o Património que existe na cidade de Santarém.
Esta primeira edição do Festival de Órgão de Santarém – FÓS propõe-se apresentar o órgão, sobretudo, num contexto de música de câmara, quer no papel de acompanhador, quer como o instrumento de maior relevo no seio de uma orquestra, nunca descurando a sua autoridade como instrumento solista.
O I Festival de Órgão de Santarém nasce da vontade de três entidades, Câmara Municipal de Santarém, Diocese e Santa Casa da Misericórdia com o apoio do Conservatório de Música e Artes do Centro (CMAC), de criar uma vivência de aproximação e abertura do património à cidade e às suas gentes. E, no ano em que a cidade faz 150 anos, este será um momento de celebração deste século e meio de história.
Nesta viagem de seis dias o Festival de Órgão de Santarém – FÓS pretende divulgar, não apenas, o singular património organístico de Santarém mas, simultaneamente, as pessoas que se dedicam à arte da música nesta cidade. O FÓS conta, por isso, com a participação de instituições do distrito como o Conservatório de Música de Santarém, o Coro do Círculo Cultural Sca- labitano e a Schola Cantorum da Catedral de Santarém.
O primeiro Festival de Órgão de Santarém acontece num feliz encontro de efemérides e de personalidades, no Ano Europeu do Património Cultural 2018.
FÓS Festival de Órgão de Santarém
It is with great joy and enthusiasm that I welcome you to the First Festival of Organ of Santarém (FOS).
Six days of (re)encounters between the Heritage of the city of Santarém.
This first edition of the Santarém Organ Festival – SOF proposes to present the organ, especially in a context of chamber music, both as an accompanist and as the most important instrument in an orchestra, never neglecting its authority as a solo instrument.
This 1st Santarém Organ Festival is born of the will of three entities, Santarém City Council, Diocese and Santa Casa da Misericórdia with the support of the Centre Conservatory of Music and Arts (Conservatório de Música e Artes do Centro – CMAC), to create an experience of approach and opening of the heritage to the city and its people. And, in the year that the city turns 150 years old, this will be a moment of celebration of this century and a half of history.
In this six-day trip, the Santarém Organ Festival – SOF intends to promote not only Santarém’s unique organ heritage, but also the people who dedicate themselves to the art of music in this city. SOF counts on the participation of musicians and musical institutions of the district such as the Santarém Music Conservatory, the Choir of the Scala- bitano Cultural Circle and the Schola Cantorum of the Santarém Cathedral.
The first Santarém Organ Festival takes place in a happy encounter of ephemeris and personalities at the European Year of Cultural Heritage 2018.
Margarida Oliveira
Diretora Artística do FÓS
Artistic Director of FÓS